O Renascença Clube surgiu na zona norte do Rio de Janeiro, na década de 50, neste reduto já aconteceram saraus de poesia, palestras, eventos de cultura clássica e erudita, os concursos de beleza negra, que revelaram a primeira Miss Guanabara negra, Vera Lúcia Couto, em 1964, depois vieram as rodas de samba, os grandes bailes da Soul Music e as peças teatrais como o sucesso "Orfeu Negro", que contou com a participação de Zózimo Bulbul, Jacyra Silva e Zezé Motta. O Renascença resgatava, assim, as formas de identificação étnica e afirmação do negro.

O Renascença Clube é um espaço de resistência e valorização cultural negra e da diversidade nas manifestações culturais afro-brasileiras. É um local de acolhimento e agente de transformação social, através do empoderamento dessa cultura para a construção de uma sociedade isenta de preconceitos e mais colaborativa. Hoje, o fortalecimento da luta antirracista é, sem dúvida, pauta de suma importância para o clube, não apenas pelo que presenciamos dia após dia, mas por toda a trajetória vivida ao longo desses 71 anos.

O Rena, como carinhosamente é chamado, desde a sua fundação valoriza e difunde a cultura e história das tradições afro-brasileiras. Assim, por meio das atividades de arte, cultura e educação se projetou no cenário sociocultural da Cidade do Rio de Janeiro, sendo reconhecido como um quilombo urbano, referência da história cultural negra e polo de resistência cultural da Cidade. Fruto desse reconhecimento pela Lei Municipal de Território Cultural No 3033/2000 – que declara o Renascença Clube tombado, por seu relevante valor histórico e cultural da cidade do Rio de Janeiro e, recentemente, através do Decreto No 50.913 / 2022 da Prefeitura do Rio de Janeiro - declara o Renascença Clube como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro.

Nossa existência é o resultado da união em torno de um objetivo em comum: a valorização da presença negra na sociedade. Este propósito é o elo que une sócios, frequentadores, músicos, artistas e a comunidade do entorno garantindo um ambiente diverso, inclusivo e igualitário. Somos vanguarda em nossa essência! Vivemos em constante processo de restauração, atualizando o que é necessário para nos mantermos vivos e na linha de frente do fomento à cultura negra e afro-carioca.

Temos diversos movimentos que valorizam o samba, como a “ Resenha Musical Amigos do Rena”, todas às quartas-feiras, e o já famoso “Samba do Trabalhador”, às segundas-feiras, comandado pelo cantor e compositor Moacyr Luz que reúne mais de 1.000 pessoas. Nessa roda já participaram nomes como Monarco, Alcione, Luiz Carlos da Vila, Aldyr Blanc, Jaguar, Nelson Rufino, Neguinho da Beija-Flor, entre tantos outros.