Evento no dia 13 de maio exaltou a ancestralidade com homenagens ao COMDEDINE-RIO, lançamento do projeto Orfeu Negro, apresentação do Museu Renascença e feijoada de Pretos Velhos
Na última terça-feira, 13 de maio de 2025, o Renascença Clube foi palco de uma noite memorável de celebração da cultura, memória e resistência negra com o evento “Tributo à Ancestralidade: Um Abraço Negro”, realizado pelo Departamento Cultural do Renascença Clube. A data, que marca oficialmente o fim da escravidão no Brasil, foi ressignificada como um momento de afirmação, valorização da ancestralidade e reconhecimento de trajetórias negras que pavimentam o presente.
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a homenagem aos fundadores do COMDEDINE-RIO (Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro), que teve papel fundamental na articulação de políticas públicas e na luta por direitos da população negra na cidade do Rio de Janeiro. A cerimônia destacou a importância da atuação política e comunitária de lideranças históricas que abriram caminhos e resistiram aos silenciamentos institucionais.
O evento também apresentou o projeto do Museu Renascença pela sua curadora profa Helena Theodoro, iniciativa que visa criar um espaço de memória viva dentro do clube, reunindo acervo histórico, documentos, imagens, relatos e exposições sobre a história do Renascença e sua importância como símbolo de resistência e afirmação negra na capital carioca. O museu será um marco na preservação e difusão da cultura afro-brasileira.
Outro destaque da noite foi a apresentação do projeto “Orfeu Negro”, que inclui o lançamento de um site e de um vídeo especial em homenagem ao clássico do cinema e às figuras históricas que o representam. A atriz Lea Garcia e o pesquisador e artista Haroldo Costa foram homenageados por suas contribuições inestimáveis à arte negra e à preservação de nossas narrativas. O projeto busca revisitar a potência estética, política e simbólica do filme Orfeu Negro como patrimônio cultural e artístico negro.
O encerramento ficou por conta da tradicional e simbólica Feijoada de Pretos Velhos, em homenagem aos guias espirituais da umbanda que representam a ancestralidade, a sabedoria e a força da comunidade negra. Com música, comida e afeto, a feijoada reuniu os presentes em uma grande roda de partilha e conexão espiritual.
O “Tributo à Ancestralidade: Um Abraço Negro” reafirmou o Renascença Clube como um território de resistência, celebração e construção de futuro, onde passado e presente se entrelaçam para manter viva a chama da memória negra.